quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A Microfisioterapia na Depressão


A Microfisioterapia na Depressão

DADOS GERAIS
A Depressão é uma doença que atualmente aflige um número enorme de pessoas. Segundo a OMS, em 2030 poderá até mesmo ser a doença mais comum no mundo, na frente de algumas doenças cardiovasculares. Atualmente, mais de 5% da população mundial é afetada pela depressão, sendo mais mulheres do que homens. Embora esses 5% seja um número não muito fidedigno, pois boa parte de pessoas depressivas omitem seu problema e tem dificuldades de falar sobre a situação em que se encontram, tornando subjetivos os dados percentuais da prevalência da depressão na humanidade.
Suas características passam por alterações biológicas, cognitivas e comportamentais. Os principais sinais dessas alterações são as tristezas profundas, desânimos persistentes, falta de prazer em maior parte das atividades, dificuldades de raciocínio e de memorização, ideação suicida, alterações de sono e apetite, falta de libido, retraimento social, choros frequentes entre outros.
A Depressão de um modo geral possui diversas classificações, como a Depressão Maior, a Depressão Atípica, a Depressão Distímica, entre outros tipos que vão dizer sobre a frequência dos sintomas e como eles se manifestam. Porém, além de um diagnóstico, o mais importante é saber e ter o conhecimento da causa e os fatos que levaram a construção de um processo depressivo.
Para a Microfisioterapia, é muito comum que a Depressão seja causada por choques emocionais ou intoxicações do organismo. Essas causas fazem com que a vitalidade e o funcionamento celular se torne ineficaz para uma boa saúde física e mental.
A Técnica foi desenvolvida por franceses Fisioterapeutas e Osteopatas, que através da terapia manual tem o objetivo de reprogramar as funções celulares que foram alteradas e danificadas, alcançando benefícios tanto para o físico como para o psíquico.

O INTESTINO E A DEPRESSÃO
Também sabemos, conforme diversas pesquisas científicas atuais, que os estados emocionais possuem uma relação íntima com o estado de saúde do intestino. Estima-se que 90% da produção da serotonina, o principal hormônio pelo estado da felicidade, é produzido no Intestino, sendo que apenas 10% de sua produção ocorre no cérebro. Diante desse fato, é revelado que é de suma importância o cuidado com a nossa saúde intestinal. Lembrando que um dos problemas mais comuns de Intestino e que a maioria das pessoas tem e não sabem, é a perigosa Disbiose, que se caracteriza pelo desequilíbrio da qualidade e/ou quantidade de micro-organismos (bactérias, fungos, etc) presentes nesse órgão. A Disbiose pode ser causada por stress contínuo (picos frequentes de cortisol), uso de antibióticos ou uma alimentação inadequada. Esses 3 fatores são responsáveis por degradar a mucosa intestinal (membrana de proteção dos intestinos) causando o aumento da permeabilidade dessa barreira. Assim o órgão não consegue conter os subprodutos de alimentos e/ou substâncias tóxicas que consequentemente são lançadas na corrente sanguínea, podendo ser causa de diversas doenças, inclusive a Depressão.
A qualidade da microbiota intestinal (micro-organismos que vivem no intestino), interfere de forma direta nas manifestações das emoções, comportamentos e no modo de vida de uma pessoa. Pesquisas realizadas no Canadá, utilizaram dois grupos de camundongos de raças distintas, e com comportamento bem diferente uma da outra. Por meio de transplante, foram trocadas as microbiotas intestinais entre as raças de camundongos, e ambas mudaram drasticamente seu comportamento após o transplante, aderindo o comportamento do camundongo doador da microbiota. É claro que não podemos garantir que em seres humanos ocorreria a mesma coisa, porém as pesquisas em humanos estão sendo iniciadas. Temos como exemplo, uma pesquisa realizada na França, onde dois grupos de pessoas saudáveis foram avaliadas, após o primeiro grupo (grupo controle) ter ingerido barras de cereais que continham bactérias de duas cepas (funcionando como probiótico), e o segundo grupo (grupo placebo), ter ingerido barras de cereais sem as bactérias. O resultado foi que as pessoas do grupo controle, após alguns dias ingerindo as barras de cereais com bactérias, se mostraram mais felizes, menos ansiosas e menos zangadas comparadas anteriormente de ingerirem as barras de cereais. Uma microbiota intestinal saudável é tão importante que, na Holanda por exemplo, já são realizados transplantes de microbiota para o tratamento de diversas doenças, visto que está colonia de micróbios tem um papel fundamental em nosso sistema imunológico.
Se a Depressão estiver sendo causada por um desequilíbrio do Intestino, durante a prática da Microfisioterapia, o profissional pode perceber pelo toque manual, os bloqueios que geraram esse problema Intestinal e causaram um estado Depressivo. Descoberto isso, o terapeuta pode também, através de testes manuais, voltar na origem da data desse problema, aonde normalmente o indivíduo viveu contrariedades em sua vida, tendo dificuldades na assimilação da situação vivida (no caso do intestino delgado). Ou então no caso do Intestino Grosso em disfunção, o indivíduo viveu uma experiência percebida de maneira suja, onde não conseguiu expurgá-la, ou seja, teve dificuldades em se desvencilhar dessa situação suja, visto que a função biológica do Intestino Grosso é a eliminação da “sujeira”, e a função biológica do Intestino Delgado é a “assimilação” de nutrientes. Essas disfunções intestinais, normalmente, são acompanhadas de constipações e prisão de ventre, onde a pessoa acumula fezes por se tornar uma pessoa “enfezada”, ou seja, acumula sujeira tanto no campo físico como psíquico. Um intestino que funciona mal por uma causa de fundo psíquico, muitas vezes é confirmado pelas pessoas que fazem uma dieta equilibrada, fazem a ingestão de alimentos saudáveis e de fácil digestão e absorção, porém continuam com intestino preso e lento.
Descoberta a causa do distúrbio intestinal por conta de um situação vivida no campo psíquico ou físico, o Microfisioterapeuta informa o corpo através do gesto curativo, para que o mesmo realize as reparações necessárias e entre em processo de auto-cura.
A técnica tem por objetivo a reprogramação de funções em nosso organismo, de modo a colocar o sistema imunológico para trabalhar em prol do indivíduo e fazer com que o corpo encontre os mecanismos para eliminar as agressões físicas e emocionais que foram vividas desde sua vida fetal até a vida adulta. Quando falamos em agressões emocionais, frequentemente nos deparamos com a Depressão, que muitas vezes se caracteriza por um isolamento social. Esse isolamento é a criação de um mecanismo de defesa inconsciente para que a pessoa não venha a ter contatos e relacionamentos futuros, afim de se preservar e evitar uma nova agressão, sendo que essa mudança de comportamento é gerada na maioria das vezes pelo medo. Essa alteração comportamental por uma agressão, chamamos de “Proteção ou Programa Comportamental”, que seria um último nível de adaptação do organismo à um choque, seja esse choque de natureza tóxica, química, física ou emocional.
A Depressão é uma das patologias onde a Microfisioterapia atinge mais resultados, visto que o terapeuta consegue captar no corpo do paciente as diversas agressões que foram sofridas, e assim é aplicada a técnica manual para que aquela agressão seja eliminada. Quando falamos em captar no corpo uma memória agressora que ficou gravada e causou algum sintoma ou alguma patologia, estamos falando sobre trabalhar em um nível inconsciente, pois sabemos que de 8% à 10% das memórias ficam a nível do pensamento (consciente) e os outros 90% ou mais, ficam todas registradas no corpo (em órgãos, tecidos, células).
OS HORMÔNIOS E A DEPRESSÃO
Uma das principais causas de um processo depressivo é apontada pelo desequilíbrio dos hormônios, que são secretados e sintetizados por orgãos e glândulas, que geralmente apresentam suas funções aumentadas ou diminuídas para manutenção biológica do corpo e da vida como um todo.
Cada órgão ou glândula vai alterar seu funcionamento sob consequência de algum conflito, dentre os principais conflitos estão os choques emocionais, as intoxicações de diversas origens e de um modo geral, o estress. Esses conflitos fazem com que o corpo entre em um programa biológico, que é um mecanismo natural de defesa. Nesse programa, o Sistema Nervoso Autônomo, que é responsável por comandar os orgãos, vai priorizar a parassimpaticonia (diminuição e desacelaração das funções vitais e corporais \ processo negantrópico de regeneração celular) ou a simpaticonia (aumento e aceleração das funções vitais e corporais \ processo entrópico de desgaste celular). Esses mecanismos ocorrem para que o corpo encontre a cura e entre em homeostase (equilíbrio), porém, nesse processo os sintomas físicos e psíquicos podem começar a aparecer.
No caso da Depressão os desequilíbrios hormonais estão em evidência, visto que a sinergia de diversos hormônios estão diretamente ligadas ao nosso estado de humor, nossa felicidade, nossa disposição, nossa capacidade física e psicológica, capacidade cognitiva, libido, qualidade de sono e etc. Quando esse programa biológico perdura por um longo período, ou quando ele ocorre de forma muito aguda e intensa, os sintomas da Depressão podem começar a se instalar.
A Microfisioterapia tem uma atuação importante sobre as funções dos neurotransmissores que são responsáveis em gerar impulsos para as células de diversos tecidos para que estas secretem os hormônios, como a serotonina, a ocitocina, a dopamina, o cortisol, a adrenalina entre outros. Essas substâncias são indispensáveis para manutenção de nossa saúde física e psíquica. Quando as funções desses neurotransmissores estão inibidas ou hiperexcitadas, seus impulsos elétricos para a produção hormonal tornam-se diminuídos ou exagerados, e dessa forma, os sinais de mudanças comportamentais  se manifestam no indivíduo, visto que o desequilíbrio da sinergia hormonal interfere em nosso estado de humor, na forma como reagimos às adversidades, em nossos comportamentos e até em nossa personalidade.
Durante o tratamento pela Microfisioterapia em pacientes com quadro de depressão, é comum encontrarmos diversos bloqueios em orgãos ou glândulas, que são responsáveis pela produção e sintetização desses hormônios.
A Hipófise por exemplo, é considerada uma glândula endócrina mestra, pois produz hormônios fundamentais que irão exercer o comando sobre outras glândulas (tireóide, adrenal, testículos, ovários…) para que estas também fabriquem seus próprios hormônios. Em primeiro lugar e acima de toda essa cascata está o Hipotálamo, que é responsável por captar informações do ambiente exterior e através do Sistema Nervoso Autônomo secretar hormônios para estimular a hipófise. Nesse circuito, deve haver um balanço equilibrado para que diversas funções do organismo permaneçam em harmonia, caso contrário, nosso humor e nossas emoções irão entrar em um processo perturbado.
Essa castata hormonal se faz de modo rítmico, como uma orquestra. Um exemplo é quando o Hipotálamo secreta a corticotrofina (HCL) que por sua vez estimula a hipófise para que ela produza a adrenocorticotrofina (ACTH), e por final, esse último hormônio vai participar da produção do cortisol pela Adrenal. O cortisol por sua vez, serve de aviso para que ocorra a inibição da produção da ACTH e de HCL, e assim, o circuito consegue se manter em harmonia. Esse circuito citado, é realizado pelo eixo HPA (Hipotalâmico – Pituitário – Adrenal), que tem sua função sobre a regulação do STRESS e é o principal eixo pesquisado na área da psiquiatria e do comportamento humano.
Vários estudos forneceram evidências de que esses hormônios podem desempenhar um papel nos sinais e sintomas comportamentais da Depressão, como libido diminuída, apetite diminuído, alterações psicomotoras e distúrbios de sono.
Muitos pesquisadores também tem encontrado a relação da carência de vitamina D com a Depressão. Essa carência muitas vezes é causada pela privação da luz solar, o que pode ser a causa da “Depressão Sazonal”. Esse tipo de depressão é mais comum em países distantes dos Trópicos onde existe menos frequência e intensidade de luz solar. A vitamina D também está envolvida na síntese de serotonina e dopamina no cérebro, que são hormônios que em conjunto, auxiliam na diminuição da Depressão.
Outro estudo pressupõe que a prolongada superprodução de cortisol pela Adrenal pode danificar estruturas cerebrais (especialmente o hipocampo) essenciais para o controle do eixo HPA.  Os autores também concluem que as altas concentrações de cortisol podem alterar o funcionamento celular podendo levar a um grande número de enfermidades, e assim consideram que a superprodução desse hormônio contribui diretamente para muitas das sequelas comportamentais e psicológicas.
Na prática Manual, através de mapas embriológicos, procuramos no corpo os desequilíbrios dos Neurotransmissores que perturbam a produção dos hormônios, que damos o nome de Substâncias Ativas. O terapeuta vai procurar a perturbação, que se da pela perda de vitalidade tecidual, e quando localizar, ele aplica o gesto específico no local correto para que ocorra a normalização desse desequilíbrio neurotransmissor. Para fazer a procura do local sintomático, é necessário que o Microfisioterapeuta investigue 32 órgãos com o gesto palpatório. Esses órgãos podem nos dar informações neurais, musculares/articulares, sanguíneas ou do tecido visceral do próprio órgão encontrado. Também podemos saber se a patologia do paciente foi sofrida pelo ambiente externo ou se foi gerada pelo próprio corpo como uma resposta auto imune aumentada. Após o gesto corretivo, o próprio organismo se encarrega de realizar as ações para que os Neurotransmissores voltem a sua normalidade, gerando os impulsos necessários no controle dos hormônios para a melhora da Depressão.

Após a sessão de Microfisioterapia, o sistema imunológico irá fazer o seu trabalho para restaurar o organismo, e dentro desse tempo, algumas pessoas podem sentir algumas reações por um ou dois dias, como dores de cabeça, diarreia, irritabilidade, raiva, náuseas, sudorese, entre outros sinais. Após esse trabalho de eliminação do corpo, é natural que o indivíduo se sinta melhor a nível psíquico, com menos carga emocional, mais leve e mais feliz, facilitando também uma mudança de comportamento e de personalidade para melhor, e assim, evoluindo do seu quadro Depressivo.

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