terça-feira, 13 de setembro de 2016

Texto da Nutri karelin Cavallari


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E come o que?
Na minha infância não se falava tanto sobre alimentação saudável como atualmente, mas era difícil encontrar na rua pessoas que se destacavam pelo excesso de peso. A maioria das pessoas tinha um corpo simplesmente normal. E pareciam bem com isso.
Hoje o cenário é diferente. Nunca se soube ou falou tanto sobre alimentos saudáveis e vilões ou sobre o efeito deles no funcionamento do nosso corpo, seja entre profissionais de saúde ou na população em geral; e apesar disso, o numero de pessoas com excesso de peso aumenta a cada ano de forma preocupante. Só no Brasil, 52% da população apresenta excesso de peso, sendo que 18% está obesa. Não é contraditório saber tanto sobre a importância da alimentação enquanto a população ganha peso?
Parece contraditório, mas se olhar para o outro lado, vai perceber que existe uma explicação para esse quadro. Diariamente a mídia bombardeia a população com produtos de alta densidade calórica (refrigerantes, biscoitos, sorvetes, doces, embutidos) incutindo a ilusão de que o consumo desses produtos proporciona felicidade, a sensação de acolhimento e que oferecer esses produtos é um ato de amor. Por outro lado, coloca essa mesma felicidade atrelada a um padrão de beleza extremamente magro e torneado, criando um vinculo entre a sensação de realização pessoal e sucesso com a beleza física de um corpo “perfeito”. Observe que perfeito esta entre aspas – o propósito é destacar que ele não existe. Corpo perfeito é aquele no qual mora uma pessoa feliz e realizada com ela mesma.
Voltando ao assunto, percebeu a manipulação? Alimentos altamente industrializados e padrão de beleza extremamente magro são colocados como fonte da felicidade, mas eles não fazem isso. O consumo frequente de alimentos altamente industrializados é estressante para o funcionamento do organismo, pois são pobres em nutrientes e ricos em açúcar, gordura e aditivos alimentares – estabelecendo um quadro de carência de nutrientes e excesso de calorias, com maior risco de depressão, câncer, diabetes, hipertensão e ganho de peso. Enquanto isso, essa necessidade de atingir o padrão de beleza extremamente magro não é marcador de saúde nem de felicidade, pode até gerar estresse pela cobrança e sensação de peso na consciência no consumo de alimentos que são colocados como vilões. E peso na consciência induz ao consumo alimentar em compulsão e ganho de peso. Percebeu a bola de neve? Por isso, as pessoas ganham mais e mais peso a cada ano, enquanto a ciência da nutrição evolui rapidamente e de forma incrível.

Concorda que esse quadro precisa mudar? É um trabalho de formiguinha pela conscientização de que consumo alimentar e saúde estão fortemente interligados, mas padrão de beleza não. Cada pessoa é única, cada corpo reage de forma diferente aos estímulos, seja emocional, de exercício físico ou consumo alimentar. Entender os sinais do próprio corpo frente às escolhas alimentares é o primeiro passo. Prestar atenção no corpo e nas sensações que o consumo alimentar proporciona requer treino e boa vontade, mas você pode começar a colocar em prática hoje mesmo. Na próxima refeição, pense no que você gostaria de comer, olhe para os alimentos antes de colocar no prato. Experimente cada preparação separadamente prestando atenção na textura, sabor, temperatura. Você reconhece os temperos? Eles te trazem alguma memória? Aproveite cada segundo de prazer. Sem peso na consciência. Apenas aproveite. Nas horas seguintes, preste atenção no seu corpo. Foi fácil fazer digestão? Sentiu que houve distensão do abdômen? Teve sono? Todas essas reações estão ligadas ao consumo alimentar, quando você presta atenção nelas, você passa a escolher os alimentos para se sentir bem, não apenas para agradar o paladar. Mas se em algumas ocasiões escolher alimentos que apenas agradam o paladar, tudo bem também. Aproveite sem peso na consciência. O equilíbrio é a chave para a saúde.

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